Já faz umas três semanas que conto com o meu "feijãozinho", e desde então tenho dedicado o tempo que posso para registrar alguns riffs e mandar para o Bruce formatar músicas, dando continuidade a uma experiência que iniciamos e interrompemos simultaneamente há mais de um ano atrás.
Sempre quis fazer esse tipo de gravação em casa, de modo que é praticamente como realizar um sonho (ou pelo menos um deles); algumas músicas compusemos há muitos anos, mas depois do primeiro disco da Burnin´ Boat (Ignitin´, de 2001), outros são riffs soltos, e uns poucos riffs recentes. Tenho procurado compor coisas novas enquanto estou gravando uma faixa, especialmente para acrescentar novas dimensões a algumas idéias meio antigas.
Shark Attack: para a primeira gravação, finalizada em 31.05.2008, elegi uns riffs que já tocávamos ainda em 2002/2003, aos quais dei o nome provisório de "Shark Attack" em homenagem ao filme "Tubarão", e como uma espécie de sacada-genial, tendo em vista o nome da banda. O riff inicial é bem rápido, com triplets e uso da 5.ª corda solta, além da corda E, sempre presente. Compus esse riff em um final de tarde de domingo quando estava ouvindo "Reload" do Metallica; coloquei o cd para rodar, e tão logo Hetfield cantou o "Gimme fuel, gimme fire, gimme that which I desire, huh", toquei na guitarra a primeira coisa que veio à cabeça. Realmente gosto desse riff. Na época tinha inventado um outro riff para ser a parte cantada, mas ano passado, por influência de bandas mais novas de metal tipo Lamb of God, compus um riff quebrado e inseri entre o riff principal e o riff principal com uma quebrada 7/8. Para a parte cantada, dei uma atualizada no riff que antigamente tocava, com o qual nunca havia ficado satisfeito por ser meio retão. Ano passado fiz um arquivo num programa que faz tablaturas, e havia inserido uns riffs inspirados também no Lamb of God. Depois de ouvir bastante Dio, tomei gosto pelas músicas arrastadas do cara, e procurei fazer um riff bem pesado e lento, para dar uma climatizada na faixa. O resultado me pareceu muito bom, espero que ninguém diga que parece com alguma música do Dio, ou do Sabbath, ou do GZR. Registrei uma seqüencia de power-chords E-F, para que sirva de introdução a um riff muito legal, que tento fazer com bastante ataque, inspirado em parte de um riff do System of a Down (e que o Dream Theater, posteriormente, fez um bem parecido em "Endless Sacrifice"). Depois disso, fiz só mais uma parte, e agora ouvindo novamente parece-me que ainda faltou alguma coisa. Escolhi como distorção apenas a simulação do amplificador Marshall JCM-800, que é um clássico para o heavy metal.
Fistful: em 2003 fizemos um ensaio no qual compusemos umas partes muito boas para músicas com afinação dropped-D, só que nunca conseguimos finalizá-las satisfatoriamente. O Barboza sempre diz que as jams que fizemos naquele ensaio sinalizavam que estávamos para compor músicas realmente muito boas, mas por uma série de razões acabamos não levando a efeito essa nova onda criativa. O riff principal é um tocado basicamente com as cordas abafadas, algo que sempre quis fazer ao ouvir algumas músicas do Dave Mustaine no MD.45, além da própria "Train of Consequences" do Megadeth. Só que nunca me pareceu conveniente que a música começasse direto com o riff, então resolvi agregar (01.06.2008) uma pequena introdução com os acordes D e F dedilhados nas cordas 6.ª, 5.ª e 4.ª de uma forma que pudesse indicar uma quebra na métrica 4/4. Na hora fiz uma espécie de teminha para tocar sobre esse dedilhado e coloquei um delay estéreo que ficou bem legal, apesar de que não consegui muita sustentação nas notas mais longas. Além do riff principal, não tinha mais muita coisa composta previamente, então gravei uns acordes, e uns riffs que me foram ocorrendo na hora, tentando manter a sensação de que as notas estavam sendo cuspidas na guitarra (tipo Pantera e tal).
Oblivious: em data mais recente, 15.06.2008, registrei uma outra das antigas, a qual agreguei partes novas. A parte antiga é formada por um riff inspirado em Zakk Wylde no disco "Down to Earth" do Ozzy, que me parece perfeito para acompanhar os versos cantados, seguido de uns power chords entremeados com a 6.ª corda solta. Mais uma vez me utilizei da sempre eficiente afinação dropped-D. Ano passado, após ouvir Lamb of God, compus um riff baseado livremente em "Redneck", e utilizei como introdução: primeiro acústico e em baixa velocidade, depois com distorção e no andamento normal. Na parte acústica inicial não me privei de gravar um teminha com as notas principais, utilizando o timbre de uma música do Queen. Aproveitei ainda um riff bastante antigo, que havia composto para uma música do Barboza, "Spiders". Depois disso me ocorreu na hora um riff muito legal, bem complicado de executar, e que tive de praticar bastante na hora da gravação; é todo ele na 6.ª corda solta, mas com bastante notas bem rápidas, e lembra umas partes instrumentais do Dream Theater. No final brinquei com um pouco com harmonizações em terças, e antes de encerrar a gravação ouvi um mp3 de um ensaio antigo em que tocamos essa música e descobri uma pequena parte em que eu e o Cláudio tocamos um tema harmonizado em terça (o que jamais foi costume).
sábado, junho 21, 2008
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