Ignitin´
A história do nosso cd começou a partir do momento em que consolidamos a formação da banda e reunimos um punhado de composições próprias. Após o ingresso do Nilton e do Cláudio evoluímos rapidamente e fizemos bons shows. Em meados de 2000, Bruce acenou, então, com a possibilidade de patrocínio do cd, e o esquema foi mais ou menos o seguinte: a mãe do Bruce, a Janice, havia custeado uma grande viagem do irmão dele pelo exterior, e assim ela queria fazer algo do tipo para o filho mais velho; como o Bruce não se interessava por viagens desse tipo, surgiu a idéia de que a Janice poderia arcar com a gravação do cd. Assim, a nossa responsabilidade seria, exclusivamente, o comparecimento ao estúdio para gravar as nossas músicas. O repertório consistia em “Hidden”, “Over the Moon”, “Boats are Burning”, “Cold Wind”, “Noise Garden”, “Sweet Thing” e “Attitude Adjustment”, além das covers de Fastway (“Say What You Will”, imortalizada na abertura do seriado Armação Ilimitada) e do conhecido tema de abertura do seriado japonês Spectreman.
A escolha do estúdio e do produtor foi feita pelo próprio Bruce, que acatou sugestão do Pedro, que já utilizava largamente o Estúdio Brother´s e o Wayner há um bom tempo, seja com a Parasite, seja com a Winston. A idéia era a de que cada instrumento seria gravado separadamente, e que com tudo gravado no micro poderíamos regravar as linhas no futuro sempre que quiséssemos (mais tarde soubemos que as coisas não eram assim tão simples, e que tomaria um tempo tão grande na mixagem das faixas que seria mais fácil gravar tudo de novo).
No inverno de 2000, lá por junho, começamos as gravações. Acho que foi num sábado que gravamos as linhas de bateria – eu tocando junto à mesa de som, e o Bruce isolado no estúdio. A primeira música foi Boats are Burning, e a estratégia do Bruce que era a de gravar logo a música mais rápida, para aproveitar que estava descansado, se revelou despicienda, pois na verdade era mais importante aquecer com uma mais tranqüila. Gravamos, então, Over the Moon, e sucessivamente todas as outras. Acredito que o próximo a gravar foi o Nilton, que numa manhã gelada gravou todas as suas linhas, basicamente na primeira tentativa (talvez só o início de Noise Garden, que ainda não estava bem assimilado, tenha causado alguma complicação). Acho que a guitarra base, sempre gravada duas vezes, foi completada em uma ou duas tardes. Quando fomos gravar os meus solos, rolou um mal-entendido incrível, que quase arruinou a gravação do cd. Foi uma falha de comunicação entre eu e o Wayner, e após várias horas de gravação, quando percebi que todos os solos que eu tinha feito até ali – tudo em um take só - , com todos os erros, estavam valendo como se fossem as versões definitivas, me decepcionei com o grande número de pessoas da banda e de fora da banda que estava na mesa de som e não percebeu que algo estava errado. Sucedeu um período bizarro de insatisfação crescente, no qual as coisas não eram ditas abertamente, até que meses depois nos encontramos na Famecos, eu, Bruce e Luciano, e falamos sobre todas essas babaquices. Felizmente superamos tudo isso, e reiniciamos as gravações em fevereiro de 2001, já com duas novas (e boas, a nosso juízo) músicas: Heartbreakin´ e Black Dressing Soul. Essas músicas foram compostas em ensaios, e resolvemos acrescentá-las ao repertório do cd.
Essa segunda etapa de gravações foi mais rápida; em umas duas ou três sessões gravei as guitarras dessas novas, e refiz as de “Over the Moon” e “Say What You Will”, bem como o solo da primeira. O Cláudio e o Nilton também não tiveram problemas, e o Luciano finalizou as gravações de todos os vocais. Com tudo registrado, o Bruce e o Wayner dedicaram algumas manhãs para mixar as músicas e finalizar o projeto. O Bruce e o Minduim cuidaram da parte gráfica do encarte e de toda logística, e assim no início do inverno de 2001 tínhamos o cd pronto. A idéia do título “Ignitin´” foi do Bruce, assim como a de não agradecer ninguém que não a mãe dele (sem a qual o cd não teria sido possível na época) e a Raquel (que compôs a letra de algumas músicas para a banda, notadamente “Hidden” e “Cold Wind”) nos créditos. As fotos do encarte foram tiradas pelo Bruce, e o modelo foi o Luciano, no cais do porto.
As músicas
BOATS ARE BURNIN’ – O riff dessa música surgiu numa tarde de sábado de 2000, na qual estava ouvindo o cd “Time of the Oath” com a guitarra plugada no amplificador. A 2.ª faixa desse disco é Steel Tormentor, e tem uma introdução rápida de bateria. Tão logo ouvi essa parte de bateria, no instante em que o Helloween iniciaria a música, eu toquei a primeira coisa que me veio à cabeça, e o fiz como se estivesse acompanhando os guitarristas do Helloween. Saiu então uma versão primitiva do que seria o riff de BAB. Pratiquei um pouco e dei contornos finais ao riff com um tipo de estrutura que prezo bastante: um riff de quatro compassos, sendo 1 = 3 e 2 =/ 4 no último tempo. Imediatamente fui ao computador reproduzir as notas no GuitarPro e mandei o arquivo para o Bruce. O resto da música foi composto em jams como Bruce. Não estava muito certo quanto ao que seria tocado nos versos; o Bruce sugeriu, então, que se mantivesse o ritmo na corda A (5.ª corda solta), e que ao final de cada tempo eu tocasse um acorde – elegi, então, o D na primeira vez, e o G na segunda. A parte lenta foi criada num daqueles momentos em que estamos realmente sintonizados na música, e a sucessão de acordes me remete a Black Sabbath (e.g., “Sympton of the Universe”). Foi numa jam memorável com Diego, da Hibria, e Jorge Gordo, que incrementamos essa parte do meio com uma 2.ª guitarra diferente da 1.ª – esta tocaria a seqüencia de acordes e a outra faria uma melodia diferente. Essa perspectiva foi proporcionada pelo Diego, que abriu a nossa cabeça para as possibilidades de interação entre duas guitarras. A parte do baixo, aqui, foi baseada em um improviso do Petry do Slap, um baixista da Famecos arranjado pelo Luciano, e que ficou tão legal que pedimos que o Nilton mantivesse. Com dois guitarristas, pudemos utilizar o riff principal para a base dos solos, que seriam no estilo Iron Maiden – um depois do outro, com 4 tempos para cada um. O meu solo foi todo ele planejado em casa, na véspera da gravação do cd, e até hoje fico bastante satisfeito com a sua composição e planejamento. Utilizei influências como Ace Frehley (no começo), Marty Friedman em “Hangar 18” do Megadeth, George Lynch em “Kiss of Death” do Dokken (na parte com a 1.ª corda solta). A letra também tem uma história à parte: foi toda ela composta pelo Bruce, mas com o título “Play my Game”, que julguei altamente não apropriado para o quão legal eu achava que a música era. Eu realmente achava que se tratava de uma baita música, e que merecia um título à altura, mais ou menos como são as músicas do Yngwie Malmsteen, que já começam legais pelo título (“Rising Force”, “Vengeance”). Assim, sugeri que o título fosse “Boats are Burning”, fazendo referência ao nome da banda, e influenciado por “Now Your Ships are Burned” do guitarrista sueco. Bruce respondeu que não haveria rima; e foi daí que sugeri que a última fase do refrão fosse “Now that you see me comin´; you know your boats are burning”. Após a gravação do cd, o Bruce sugeriu que “Black Dressing Soul” fosse a primeira música, mas na minha cabeça a primeira música do cd só podia ser BAB, pois os melhores discos de hard rock-heavy metal começam com uma música rápida e forte: Burn, Love Gun, Creatures of the Night, todos os discos do Iron Maiden (exceto The X Factor). Acho que foi uma decisão acertada, pois permite a quem nunca ouviu a BB saber que se trata de uma banda centrada em guitarras vigorosas, no melhor estilo hard rock anos 80. As pessoas geralmente tem uma reação positiva a essa música, mas acho que o Cláudio e o Nilton não eram grandes fãs dela, de modo que foi retirada do repertório dos shows.
BLACK DRESSING SOUL – Essa música foi praticamente toda ela composta em jams com o Bruce. Para nós ela desde o início demonstrou claramente uma influência do Metallica na época Load. O riff principal utiliza as mesmas notas de “Ain´t my Bitch” e “King Nothing”. A parte original dos versos jamais me deixou satisfeito, de modo que sugeri que apenas o Nilton acompanhasse os vocais, com as guitarras voltando no pre-chorus (a versão que ultimamente vínhamos tocando incorporava as guitarras nos versos, com a 6.ª corda bem abafada, e afinação toda um tom abaixo). Claudio fez uns ad-libs nesses versos que ficaram bem legais na versão do cd. Especialmente no começo da banda, eu achei que as músicas deveriam ter várias partes, tendo em vista a influência Megadeth nesse ponto. Na época de BDS, lá pelo meio de 2000, eu já achava que as composições podiam ser mais simples, mas, ainda assim, entendi que deveria ter uma parte lenta nessa música, com um dedilhado, que surgiu espontaneamente e logo vi que podia ser utilizado em BDS. Essa parte me trouxe complicações nas apresentações ao vivo, pois às vezes não conseguia sincronizar o movimento de posicionar o dedilhado na guitarra com o de pisar no pedal de distorção (a pedaleira Digitech foi adquirindo um mal-contato que me forçava a pisar com força para desligar ou acionar a distorção). A música foi composta quando já tínhamos iniciado a primeira sessão de gravações do cd, de modo que provavelmente eu gravei ela com a minha guitarra nova na época (assim como Heartbreakin´). O solo dessa música ficou ao encargo do Cláudio que o fez de maneira magnífica no cd. A letra foi incumbência exclusiva do Bruce, e aparentemente é sobre a Raquel. BDS foi excluída do repertório dos shows por algum tempo, mas nos últimos ensaios, há algum tempo, vínhamos recuperando o gosto na execução dessa música.
SAY WHAT YOU WILL (Fastway) – Bruce e eu sempre cultivamos o gosto pela descoberta de bandas novas e pesquisa de bandas consagradas ou obscuras. A internet proporcionou contato com músicas de abertura de seriados de TV, somo Super Máquina (Knight Rider), mas por alguma razão resolvemos que seria legal ensaiar o tema da Armação Ilimitada (Juba & Lula). No cd, essa é a que teve o melhor registro das guitarras (provavelmente gravei as duas guitarras com a guitarra Cobra).
COLD WIND – O dedilhado que inicia e toma conta da música foi composta bem no início da banda, e se baseia em algumas notas de dedilhados do Iced Earth (na verdade, eu olhei para umas tablaturas e comecei a improvisar em cima das notas que estavam ali, e rapidamente fiquei satisfeito com esse dedilhado). Os acordes do refrão saíram naturalmente e a parte em A foi criada numa jam como Bruce. Tínhamos várias letras sem música, e achei que a letra de COLD WIND escrita pela Raquel poderia encaixar com essa música e deu certo. O solo inicial eu compus e registrei numas gravações caseiras toscas, mas achei que ficaria melhor para o Cláudio interpretá-lo; entretanto, pelo fato de ensaiarmos muito pouco essa música, a participação dele e - também do Luciano - ficou prejudicada (o solo, para o meu gosto, não tem um bom feeling, e os bends parecem fora de lugar). Essa falta de contato prévio e íntimo com a música impediu que sentíssemos o seu “espírito” e a gravação refletiu isso (a música tinha um encerramento que eu jamais consegui lembrar da sua execução, e assim no cd a música termina em “fade out”). Seja como for, foi legal colocar essa música lenta como a 4.ª na ordem do cd e serviu para mostrar a variação do repertório.
OVER THE MOON – Essa eu considerei por muito tempo como a melhor da banda. O riff foi composto numa madrugada insone de 1998, quando estava ouvindo o primeiro disco do Primal Fear (banda do Ralf Scheepers). Levantei da cama e peguei o violão e utilizei as notas F-G-Bb-C para compor esse riff que considerei, também, com um bom estilo Black Sabbath. Na mesma hora me vieram os acordes F-G-F-Bb-G que achei bem imponentes (a cadência acaba lembrando os acordes do refrão de Hidden). É uma das primeiras composições da banda. O Bruce escreveu uma letra com o título inverso de uma das minhas músicas favoritas do Black Sabbath – Under the Sun. Num ensaio Bruce-eu-e-Luciano, o vocalista encaixou perfeitamente a letra e a música estava encaminhada. Inseri um riff legal com a 6.ª corda solta, depois do refrão, e antes dos solos, o que me pareceu correto (dentro da idéia de colocar vários riffs e partes numa mesma música – aquele riff legal só aparece naquele específico momento, tocado 4 vezes; lembro que o Daniel Ace, numa jam, quando essa música sequer tinha letra, comentou que não entendia como eu tinha “modulado” a música daquele jeito, e tomei o comentário como um belo elogio, sem sequer saber o que significava “modular” a música – para mim parecia o jeito certo de tocar e soava bem).
ATTITUDE ADJUSTMENT – Trata-se de uma composição criada toda ela numa jam com o Bruce, em meados de 2000. Simplesmente toquei aleatoriamente uns acordes (E, G, A, G, E), mais ou menos como Eddie Van Halen em Eruption, e o Bruce emendou uma batida rápida na batera. Instantaneamente toquei esse riff tipo Stratovarius e fomos tocando até o final. Gosto de Stratovarius, Helloween e Van Halen, e então essa música era o meu tipo de música; mas jamais acharia que o Bruce gostaria de uma composição dessas. Para minha surpresa, o cara curtiu e deu a ela um nome que ele achava legal – e que aparentemente vem a ser o nome de uma faixa do Aerosmith. Antes que eu pensasse em colocar uma letra nela, o Bruce ponderou que poderíamos deixá-la como estava, sem vocais. O fato é que incluímos no repertório dos shows e por alguma razão entendemos oportuna a inclusão dela no Ignitin´, e a gravação deveria reproduzir tanto quanto possível aquela primeira versão tocada espontaneamente numa jam. É uma faixa rápida, divertida e descomplicada, mas nem um pouco memorável. Curiosamente teve um cara que resenhou o cd e publicou na internet num desses sites de rock; a única música que ele se abriu foi essa, justamente a que menos nos representava musicalmente (esse foi um dos poucos retornos negativos que tivemos de Ignitin´; o cara não poupou palavras para criticar a ausência de sentido em gravar tantas músicas num cd demo em detrimento da qualidade da gravação. Realmente, o crítico tinha toda a razão; mas nós pessoalmente queríamos gravar um cd que fosse mais que uma demo de 2 ou 3 músicas – queríamos gravar um cd que se parecesse o máximo possível com um cd gravado por uma banda).
HEARTBREAKIN´ - Numa noite de sábado ou domingo qualquer estava tocando guitarra e gravando alguns riffs no computador até que surgiu esse riff incrível, com características de Van Halen e Impellitteri. Foi um momento incrível no qual o riff saiu inteiro de uma vez só, começando em A, avançando para G e voltando para F (as notas saíram exatamente do jeito que eu imaginei na minha cabeça e fiquei admirado como não precisei de nenhum contorcionismo para tocá-las – era só aplicar as notas do acorde de F maior), e finalizando com uma seqüência de notas que retornaria para A (E-F-G-A-C-D). Os versos são inspirados em Impellitteri na música Stand in Line. Algum tempo depois, numa tarde de sábado em que estava me preparando para o ensaio semanal da época me veio a parte com as pausas do meio da música até a entrada do solo: imediatamente pulei da cama e gravei tudo de cabeça no Guitar Pro no computador. No ensaio daquele dia finalizamos a música. Depois o Bruce fez a letra.
HIDDEN – Trata-se de uma música especial, pois foi a primeira música de nossa autoria com começo-meio-e-fim. O riff principal eu criei em 1998 quando estava apenas lendo umas tablaturas de músicas de banda de trash e black metal tipo Slayer e outras (foi um exercício exclusivamente visual, só para ver as notas que os caras costumavam usar nos riffs, dado que jamais tinha ouvido quaisquer das músicas). Assim, brincando com as notas é que compus o riff principal. O riff dos versos, na versão do cd, foi composto a partir de uma idéia do meu colega de faculdade na época, o Tiago; em essência, peguei aquele riff dele e dei uma incrementada (mudei a nota G# para G e acrescentei a última virada – é similar com o que o Lars fez com o riff de Enter Sandman do Kirk). Na época eu achava que as boas músicas deveriam ter vários riffs e partes, como preconizava Dave Mustaine. Depois de criar os acordes para o refrão, achei conveniente colocar uma parte com guitarra limpa. Inicialmente, o último verso da letra composta pela Raquel era cantada nessa parte (e desse jeito a música foi apresentada no 1.º show da Burnin´ Boat, em 1999, no CECAF). Mais tarde, com o Cláudio, optamos por deixar ali o seu solo de guitarra, e o último verso seria cantado sobre a base do meu solo. Lembro que quando a banda ainda tinha Felipe Stanley e o Pedro eu tinha criado um riff bem rápido para a parte que se seguiria à lenta, mas rapidamente a idéia foi descartada, pois o Pedro jamais conseguiria tocar aquilo no baixo. Assim, na mesma hora em que minha idéia foi repudiada, imediatamente sugeri “então, vamos tocar esses acordes, assim” e toquei A-F-D-E, o que funcionou legal inclusive para a volta, ao final do solo, para o riff inicial. Para o riff, a idéia inicial era seguir uma idéia que Marty Friedman explicou em relação ao solo de Symphony of Destruction: começar com poucas notas, bem devagar, para depois ir com tudo. Assim, as primeiras tentativas foram nesse estilo. Depois, evolui para um início com a pentatônica de Am, com uns bends e tal, passando para a pentatônica de E, com mais bends. Na gravação surgiu uma melodia legal. Com todas essas partes, pode-se dizer que é um mini-épico da Burnin´ Boat com pouco mais de 4min, mas com bastante pretensão e intuição.
SWEET THING – No começo da banda, eu tinha um gosto por bandas de heavy melódico, mas o Bruce tinha preferência por rock mais tranqüilo tipo Fleetwood Mac e Black Crowes (o cara não podia nem ouvir falar em Dream Theater: “é uma banda que faz bons covers, mas as músicas próprias são chatas”). Assim, eu tinha que me policiar para não fazer com que a banda não se tornasse totalmente metal, o que desagradaria imensamente o baterista. Assim, numa tarde qualquer, deixei tocando o cd Made in Germany do Axel Rudi Pell e durante a música Nasty Reputation eu toquei junto com a guitarra, mas o riff que eu tocava era diferente da que tocava no cd; apenas aproveitei o ritmo da bateria e compus o riff mais rocker do cd. Com uma lista de letras do Bruce disponível (acho que essa era sobre a Carol), eu resolvi encaixar o riff na letra de Sweet Thing, e o refrão com aqueles acordes E-E-A-B saiu imediatamente. Mais tarde encaixei aquele riff que utiliza a pentatônica de A para dar uma mudança antes do solo.
NOISE GARDEN – Essa música foi composta inteira num ensaio Bruce-e-eu, bateria e guitarra, em meados de 2000. A guitarra afinada com a 6.ª corda em D desde sempre proporcionou uma facilidade incrível para criar riffs legais, e após aquele ensaio levamos as fitas para casa, gravamos os mp3, e escrevi os riffs no Guitar Pro. A partir daí apenas estipulei a ordem dos riffs e a música estava pronta. Achamos que tinha um estilo Soundgarden, daí o nome de trabalho “Noise Garden”, tipo gozação. Resolvi, então, escrever uma letra de gozação sobre a temática grunge e suas letras depressivas-deprimentes. Mandei alguns versos e o refrão pro Bruce e ele escreveu o resto. A gravação das bases dessa música foi muito legal; pluguei a guitarra Squier Stratocaster do Bruce no amplificador (acho que Fender) do estúdio e consegui um timbre distorcido muito legal. Seco e poderoso. Enquanto tocava eu percebia que o som estava muito legal. Realmente senti muito gosto de tocar aquele riff daquele jeito. Por alguma razão eu resolvi fazer o solo dessa música e durante muito tempo me julguei capaz de fazê-lo. Até hoje acho sensacional e me surpreendo com o início com bends e depois aquele lick com a ponte que remete a Joe Satriani (no final da música Surfing With the Alien). O resto do solo também me parece bastante satisfatório. Nos últimos tempos eu optei por me concentrar nas funções de guitarra base e deleguei ao Cláudio a tarefa de executar o solo de Noise Garden, e o legal é que ele preservou esse lick Satch. É a única música com afinação diferente no disco, e por essa razão com maior peso, de modo que deixamos por último. Na época, não achava que fosse uma grande composição – sequer era tocada nos primeiros shows e demorou para ser ensaiada com a banda inteira - , mas aos poucos fomos inserindo no set list e hoje a considero um clássico da banda, e o início de uma tendência de compor com essa afinação (dropped-D).
SPECTREMAN – Achamos na internet o mp3 com a música de abertura do memorável seriado japonês Spectreman. O Guilherme Deathroner tirou a parte do baixo, o que acabou me motivando para tirar a parte do violão. A partir daí se tornou um hino da banda a ser tocado em todos os ensaios e shows. Resolvemos colocar como faixa-escondida do cd. Eu gravei as bases com a guitarra Squier Stratocaster do Bruce. Na hora do solo (que eu geralmente fazia) optou-se por delegar a tarefa de gravar a base ao Cláudio, pois ele tinha maior aptidão para fazer alguns barulhos diferentes e truques legais com a guitarra; mas ele acabou se limitando a fazer os acordes com um único toque, finalizando apenas com um harmônico artificial. Nada muito inventivo – eu poderia ter feito tudo aquilo. Mas só assim para ter os dois guitarristas gravando essa faixa.
segunda-feira, outubro 20, 2008
domingo, outubro 12, 2008
14.º show - 21.11.2004 - Coruja de Minerva
A mim parece que o Nilton já não estava mais na banda quando surgiu a oportunidade para mais um show, dessa vez no Coruja de Minerva, uma espécie de Guion (sem os cinemas) perto do Estádio Olímpico. Tocaríamos no Kant Bar. O Bruce se encarregou de fazer a divulgação, inclusive com um press release divulgado em site e no Whiplash, mas não houve cartazes pela cidade, nem flyers, nem inserção de qualquer espécie, de modo que tendo o show sido realizado no final de tarde de um domingo ensolarado, num local desconhecido, não houve condições de reunir público significativo.
Os contatos com o Vinícius estavam mais fortes, e dessa vez o cara, além de tocar uma música conosco, se apresentaria com a sua banda Hileia, da qual sabíamos que podíamos esperar muita técnica nos instrumentos. A nossa apresentação na Croco certamente teve algum efeito positivo sobre certas pessoas, dentre as quais o próprio Vinicius que revelou ao Bruce a vontade de tocar uma das nossas composições próprias; mas num incrível erro de comunicação, o Bruce entendeu que a música que o Vinícius curtira era “Hidden”, quando na verdade se tratava de “Ace´s High”.
Sem o Nilton, portanto, contaríamos mais uma vez com o Luis Carlos, o que era bom de certa maneira pois o cara é tão divertido quanto, e toca baixo com competência. Realmente fiquei muito satisfeito com a disponibilidade dele, e a sua vontade de tocar, além dos constantes elogios que ele fazia ao nosso som próprio (certa vez ele disse que o riff de “Heal My Soul” era viciante, e isso me alegrou imensamente). O Luis Carlos também tinha uma formação bem diferente; o cara era fã de hard rock farofa, e tinha bons conhecimentos sobre heavy metal tradicional, de modo que naturalmente tocamos e incorporamos “For Whom the Bell Tolls”, do Metallica, ao set list, além de “Crazy Train” do Ozzy Osbourne.
A resenha que eu fiz na época para o meu blog é a que segue:
“O local do show tem nome inusitado, mas se trata de um centro comercial no estilo do Guion (mal comparando), com vários bares com sinuca, salas de musculação, tatuagem e até uma com parede para prática de "alpinismo". O lugar é decente, perto do Estádio Olímpico, e tem uma parada de ônibus bem na frente (vimos várias linhas de ônibus e lotação passando por ali). Mas o horário, o belo tempo que fez neste domingo, e a distância em relação ao Centro e ao Bom Fim, afugentaram o público. De minha parte, fiquei honrado pelas presenças qualificadas do André e do Dieter.
Encontramo-nos diretamente no local às 16h (o show estava previsto para 18h). Como a nossa seria a primeira banda, fizemos a passagem de som por último. Tocamos apenas a metade de HIDDEN com o Vinícius. Rolou, após, uma pequena jam (alguns riffs nossos) entre eu, Bruce e Márcio (guitarrista da Hiléia). O show começou pouco depois das 19h.
O set-list foi tacitamente determinado por mim, em atenção às trocas de afinações e à participação do Vinícius: ACE´S HIGH, BLACK DRESSING SOUL, NOISE GARDEN, HEAL MY SOUL, CRAZY TRAIN, FOR WHOM THE BELL TOLLS, HIDDEN e PERFECT STRANGERS - e SPECTREMAN. De modo geral, a execução das músicas foi boa. Rolou alguma empolgação em ACE´S HIGH (por ser a primeira, e por ser boa). Aparentemente, segundo o Bruce ao final do show, era essa que o Vinícius havia pedido para tocar; mas, em razão de uma falha na comunicação entre os dois, acabou tocando em HIDDEN. CRAZY TRAIN, como era de se esperar, foi outra que empolgou (um dos presentes posicionou-se bem a frente do Cláudio na hora do solo).
A participação do Vinícius, mais uma vez, foi muito boa. Ele, efetivamente, tirou os riffs de HIDDEN e ainda solou naquela parte lenta da versão de estúdio, que não tocávamos há bastante tempo, e que foi resgatada exclusivamente para esse show. PERFECT STRANGERS foi perfeita - é daquelas extremamente chatas de tocar nos ensaios, só com as guitarras, mas altamente compensadoras quando executadas ao vivo, com o acréscimo dos teclados.
Em seguida subiu ao palco a Hiléia. Todos os integrantes possuem invejável técnica. Abriram com ANOTHER DIMENSION do Liquid Tension Experiment, tocaram um pouco do riff de AS I AM do Dream Theater e emendaram com uma composição própria (THE WORST DAY OF YOUR LIFE), se não estou enganado. Mas o melhor momento da noite, para mim, foi quando eles tocaram EROTOMANIA do Dream Theater. É, seguramente, o melhor instrumental do DT, que exige muito do guitarrista. E o Márcio, que confidenciou que a banda não havia ensaiado para o show, desempenhou brilhantemente o papel de John Petrucci - o cara tem uma palhetada muito boa, e é muito ágil na mão esquerda. Sem contar que alcançou timbres decentes da pedaleira Digitech 7 (eu tenho a 6, e não uso mais). Rolou um cover de MASTER OF PUPPETS. Quando deram por encerrado o show, exigimos que tocassem um Rush. Luke sugeriu YYZ, que foi perfeitamente executada.
A Silent Storm fechou com vários covers de clássicos do metal e uma composição própria (bem melhor que Gamma Ray). Abriram com KILL THE KING do Megadeth (bela música). Em geral as execuções foram bem aceleradas - mas não vejo nada de errado nisso, pois acabou até sendo positivo, uma vez que reprisaram FOR WHOM THE BELL TOLLS e MASTER OF PUPPETS. Tocaram um Iced Earth que é muito bom (não lembro o nome da música), um Iron (TRANSYLVANIA), outro Metallica (SEEK AND DESTROY), e outro Megadeth (SYMPHONY OF DESTRUCTION). O guitarrista solo tem boa técnica, mas o timbre não ajudou. O Luke mandou bem no baixo e nos vocais (é afinado, e compensa alguma falta de alcance da voz com uma presença de palco altamente carismática - o lance do "Concurso garota Silent Storm" foi hilário).
De modo geral, considerei positivo o show, pois não houve problemas com o som (que muitas vezes esteve bem alto) e nem com a organização. A falta de público é mesmo um problema crônico, que só será resolvido quando se fizer propaganda mais agressiva, como cartazes nas ruas, inserções nas rádios e até apresentação em programas tipo Radar e aquele da TV COM, além de consolidar o Coruja de Minerva (que nome!) como local para shows de som pesado.”
Pouco depois desse show, fizemos mais três ensaios no final de 2004, todos eles com o Luis Carlos no baixo, e apenas o primeiro com o Cláudio na guitarra. Resolvemos baixar a afinação das guitarras em um tom, que era uma tendência já revelada há algum tempo. Esses ensaios foram totalmente descompromissados, e no segundo deles tivemos a oportunidade de fazer um dos mais divertidos de todos os tempos, no qual o Bruce, eu, o Luis Carlos e o Luciano (além do Sebastian, dono do estúdio), fizemos covers de uma porção de músicas de várias bandas diferentes. Após o terceiro ensaio, resolvi não agendar o próximo encontro, pois não queria me vincular naquele final de ano. Mal sabia eu que aquele seria o nosso último encontro antes de tocarmos mais uma vez um ano depois, em janeiro de 2006.
Em 2005, cada um foi para um lado. O Cláudio arranjou um belo trabalho na Finlândia, e assim passaria 2006 fora do Brasil. Em janeiro de 2006 resolvemos fazer um ensaio de despedida, e assim nos reunimos com o Gilberto e o Luciano nos vocais, além do Nilton no baixo.
Apenas em março de 2007 o Bruce e eu voltamos a nos reunir para uma sessão de gravações, na qual registramos algumas músicas há tempo compostas (“Sluts of Justice”, “Heal my Soul”), revitalizamos um bom riff (“Oblivious”) e ainda juntamos idéias em torno de um dedilhado estilo Opeth que havia criado no final de 2004 (que o Bruce denominou de “Hollow”). De todas a melhor é essa última, e a sua criação foi bastante inusitada e o resultado foi bem satisfatório. Apesar do meu plano de fazer esse tipo de sessão uma atividade mensal, acabei sucumbindo a outros afazeres inadiáveis, de modo que mais uma vez a banda ficou inativa.
Os contatos com o Vinícius estavam mais fortes, e dessa vez o cara, além de tocar uma música conosco, se apresentaria com a sua banda Hileia, da qual sabíamos que podíamos esperar muita técnica nos instrumentos. A nossa apresentação na Croco certamente teve algum efeito positivo sobre certas pessoas, dentre as quais o próprio Vinicius que revelou ao Bruce a vontade de tocar uma das nossas composições próprias; mas num incrível erro de comunicação, o Bruce entendeu que a música que o Vinícius curtira era “Hidden”, quando na verdade se tratava de “Ace´s High”.
Sem o Nilton, portanto, contaríamos mais uma vez com o Luis Carlos, o que era bom de certa maneira pois o cara é tão divertido quanto, e toca baixo com competência. Realmente fiquei muito satisfeito com a disponibilidade dele, e a sua vontade de tocar, além dos constantes elogios que ele fazia ao nosso som próprio (certa vez ele disse que o riff de “Heal My Soul” era viciante, e isso me alegrou imensamente). O Luis Carlos também tinha uma formação bem diferente; o cara era fã de hard rock farofa, e tinha bons conhecimentos sobre heavy metal tradicional, de modo que naturalmente tocamos e incorporamos “For Whom the Bell Tolls”, do Metallica, ao set list, além de “Crazy Train” do Ozzy Osbourne.
A resenha que eu fiz na época para o meu blog é a que segue:
“O local do show tem nome inusitado, mas se trata de um centro comercial no estilo do Guion (mal comparando), com vários bares com sinuca, salas de musculação, tatuagem e até uma com parede para prática de "alpinismo". O lugar é decente, perto do Estádio Olímpico, e tem uma parada de ônibus bem na frente (vimos várias linhas de ônibus e lotação passando por ali). Mas o horário, o belo tempo que fez neste domingo, e a distância em relação ao Centro e ao Bom Fim, afugentaram o público. De minha parte, fiquei honrado pelas presenças qualificadas do André e do Dieter.
Encontramo-nos diretamente no local às 16h (o show estava previsto para 18h). Como a nossa seria a primeira banda, fizemos a passagem de som por último. Tocamos apenas a metade de HIDDEN com o Vinícius. Rolou, após, uma pequena jam (alguns riffs nossos) entre eu, Bruce e Márcio (guitarrista da Hiléia). O show começou pouco depois das 19h.
O set-list foi tacitamente determinado por mim, em atenção às trocas de afinações e à participação do Vinícius: ACE´S HIGH, BLACK DRESSING SOUL, NOISE GARDEN, HEAL MY SOUL, CRAZY TRAIN, FOR WHOM THE BELL TOLLS, HIDDEN e PERFECT STRANGERS - e SPECTREMAN. De modo geral, a execução das músicas foi boa. Rolou alguma empolgação em ACE´S HIGH (por ser a primeira, e por ser boa). Aparentemente, segundo o Bruce ao final do show, era essa que o Vinícius havia pedido para tocar; mas, em razão de uma falha na comunicação entre os dois, acabou tocando em HIDDEN. CRAZY TRAIN, como era de se esperar, foi outra que empolgou (um dos presentes posicionou-se bem a frente do Cláudio na hora do solo).
A participação do Vinícius, mais uma vez, foi muito boa. Ele, efetivamente, tirou os riffs de HIDDEN e ainda solou naquela parte lenta da versão de estúdio, que não tocávamos há bastante tempo, e que foi resgatada exclusivamente para esse show. PERFECT STRANGERS foi perfeita - é daquelas extremamente chatas de tocar nos ensaios, só com as guitarras, mas altamente compensadoras quando executadas ao vivo, com o acréscimo dos teclados.
Em seguida subiu ao palco a Hiléia. Todos os integrantes possuem invejável técnica. Abriram com ANOTHER DIMENSION do Liquid Tension Experiment, tocaram um pouco do riff de AS I AM do Dream Theater e emendaram com uma composição própria (THE WORST DAY OF YOUR LIFE), se não estou enganado. Mas o melhor momento da noite, para mim, foi quando eles tocaram EROTOMANIA do Dream Theater. É, seguramente, o melhor instrumental do DT, que exige muito do guitarrista. E o Márcio, que confidenciou que a banda não havia ensaiado para o show, desempenhou brilhantemente o papel de John Petrucci - o cara tem uma palhetada muito boa, e é muito ágil na mão esquerda. Sem contar que alcançou timbres decentes da pedaleira Digitech 7 (eu tenho a 6, e não uso mais). Rolou um cover de MASTER OF PUPPETS. Quando deram por encerrado o show, exigimos que tocassem um Rush. Luke sugeriu YYZ, que foi perfeitamente executada.
A Silent Storm fechou com vários covers de clássicos do metal e uma composição própria (bem melhor que Gamma Ray). Abriram com KILL THE KING do Megadeth (bela música). Em geral as execuções foram bem aceleradas - mas não vejo nada de errado nisso, pois acabou até sendo positivo, uma vez que reprisaram FOR WHOM THE BELL TOLLS e MASTER OF PUPPETS. Tocaram um Iced Earth que é muito bom (não lembro o nome da música), um Iron (TRANSYLVANIA), outro Metallica (SEEK AND DESTROY), e outro Megadeth (SYMPHONY OF DESTRUCTION). O guitarrista solo tem boa técnica, mas o timbre não ajudou. O Luke mandou bem no baixo e nos vocais (é afinado, e compensa alguma falta de alcance da voz com uma presença de palco altamente carismática - o lance do "Concurso garota Silent Storm" foi hilário).
De modo geral, considerei positivo o show, pois não houve problemas com o som (que muitas vezes esteve bem alto) e nem com a organização. A falta de público é mesmo um problema crônico, que só será resolvido quando se fizer propaganda mais agressiva, como cartazes nas ruas, inserções nas rádios e até apresentação em programas tipo Radar e aquele da TV COM, além de consolidar o Coruja de Minerva (que nome!) como local para shows de som pesado.”
Pouco depois desse show, fizemos mais três ensaios no final de 2004, todos eles com o Luis Carlos no baixo, e apenas o primeiro com o Cláudio na guitarra. Resolvemos baixar a afinação das guitarras em um tom, que era uma tendência já revelada há algum tempo. Esses ensaios foram totalmente descompromissados, e no segundo deles tivemos a oportunidade de fazer um dos mais divertidos de todos os tempos, no qual o Bruce, eu, o Luis Carlos e o Luciano (além do Sebastian, dono do estúdio), fizemos covers de uma porção de músicas de várias bandas diferentes. Após o terceiro ensaio, resolvi não agendar o próximo encontro, pois não queria me vincular naquele final de ano. Mal sabia eu que aquele seria o nosso último encontro antes de tocarmos mais uma vez um ano depois, em janeiro de 2006.
Em 2005, cada um foi para um lado. O Cláudio arranjou um belo trabalho na Finlândia, e assim passaria 2006 fora do Brasil. Em janeiro de 2006 resolvemos fazer um ensaio de despedida, e assim nos reunimos com o Gilberto e o Luciano nos vocais, além do Nilton no baixo.
Apenas em março de 2007 o Bruce e eu voltamos a nos reunir para uma sessão de gravações, na qual registramos algumas músicas há tempo compostas (“Sluts of Justice”, “Heal my Soul”), revitalizamos um bom riff (“Oblivious”) e ainda juntamos idéias em torno de um dedilhado estilo Opeth que havia criado no final de 2004 (que o Bruce denominou de “Hollow”). De todas a melhor é essa última, e a sua criação foi bastante inusitada e o resultado foi bem satisfatório. Apesar do meu plano de fazer esse tipo de sessão uma atividade mensal, acabei sucumbindo a outros afazeres inadiáveis, de modo que mais uma vez a banda ficou inativa.
segunda-feira, outubro 06, 2008
13.º show - 12.08.2004 Croco
Depois do show do Arsenal, o Nilton, o Cláudio e eu chegamos a ir na casa do Bruce, em junho/2004, para fazer umas gravações caseiras dos riffs e músicas novas. Pegamos emprestada a pedaleira Boss do Cláudio que permitia baixar a afinação sem precisar altera qualquer coisa na guitarra; ficamos empolgados com essa liberdade e com o peso proporcionado por afinações bem graves, e gravamos as coisas vários tons abaixo (6.ª corda em B).
Com a volta do Luciano (afastado por um ano para um período de aprendizagem nos Estados Unidos), acertamos que ele e o Gilberto seriam os vocalistas da Burnin´ Boat, tentando recriar o clima muito bom do show do Teatro de Câmara em 2002, e ainda imitar de certa forma o que o Deep Purple fez com David Coverdale e Glenn Hughes. Para mim foi a solução ideal ter os dois vocalistas, pois acho que a banda não poderia prescindir de nenhum. Só que por alguma razão o Luciano não curtiu a experiência no Arsenal e convocou uma reunião de todos para que deliberássemos, afinal, quem seria o vocalista da Burnin´ Boat. O encontro se deu no Cavanha´s da R. Lima e Silva, e a experiência foi muito proveitosa, pois apesar do assunto espinhoso, ficamos com a sensação de que aquele tipo de conversa em volta de uma mesa de bar era muito legal e fazia falta na nossa banda. Conquanto eu estivesse meio atordoado e confuso com a decisão a ser tomada, o Bruce e eu ponderamos que deveríamos nos valer de um critério objetivo, no caso, o do “tempo de serviço”. Independentemente das nossas opiniões pessoais (cada um tinha uma...), achei justo que a decisão se baseasse num critério desse tipo, pois não estava disposto a comprar briga com quem quer que fosse. O Luciano, ademais, no meio da conversa, lançou um argumento que achei significativo: no tempo em que ele ficou de fora, não progredimos nada, isto é, não fizemos shows, nem compusemos significativamente músicas novas, nem estabelecemos uma rotina regular de ensaios. Não lembro de terem o Nilton e o Cláudio se manifestado dando alguma preferência. Então, no final da conversa, que aparentemente transcorreu numa boa e sem ressentimentos, ficou deliberado que o Luciano estava de volta e seria o único vocalista da Burnin´ Boat.
Pouco tempo depois surgiu a chance de fazermos mais um show, desta vez na Croco, localizada na R. 24 de Outubro. Inicialmente, o Cláudio e o Nílton estariam indisponíveis para a data, de modo que repetiríamos a experiência do Teatro de Câmara, na qual eu fui o único guitarrista, e teríamos o Luis Carlos como baixista. Nessas condições, o set list teria que ser curto, mas as músicas seriam pesadas.
O show contou com divulgação interessante, mediante flyers e até uma inserção no caderno de variedades de um jornal local (sempre quis que aparecesse algo do tipo, pois costumava conferir ali quais as bandas tocariam em determinado dia). Assim, o público foi muito bom, talvez o melhor de todos os shows.
Com apenas um ensaio de antecedência, tivemos o ingresso do Cláudio, que eventualmente se tornou disponível. Ajustamos duas participações especiais: Vinícuis, nos teclados, para três músicas, e Cris, no vocal, para cantar um trecho de “As I Am” do Dream Theater, no meio de “Hidden”.
O show foi memorável e isso ficou expresso na resenha que fiz para o este blog:
“Seguramente, este foi o melhor show da história da BURNIN´ BOAT. Vivenciamos aquele tipo de noite em que TUDO deu certo; realmente, uma noite memorável.
A passagem de som estava marcada para as 18h; chegamos lá depois das 20h, e a bateria recém estava sendo ajeitada. Passamos o som primeiro, pois estávamos todos lá (com exceção do Luciano): a 1.ª banda da noite, Ultrasônica só chegou na hora do show, e a 3.ª banda, Coyote Junkie estava dispersa.
Na passagem, iniciamos tocando ACE´S HIGH. Eu utilizei o ampli Fender Princeton, com sua própria distorção - decisão acertadíssima - e o Cláudio usou o Behringer V-Amp 2 , que todas as revistas de guitarra nacionais consagram como o melhor simulador de amplificadores e efeitos do mercado. Conforme o próprio Cláudio, esse simulador não é tão bom assim, "nada supera um bom amplificador".
Efetuados ajustes, tocamos PERFECT STRANGERS, já com Vinícius nos teclados. Foi uma versão majestosa, todos perfeitamente afinados, e os presentes se entusiasmaram bastante. Seguimos, então, com AS I AM (duas vezes).
Os shows, propriamente, só começaram às 0h, e assim ficamos um tempão batendo papo. A Ultrasônica (que no flyer era definida como do estilo "hard pop") tinha bons músicos (destaque para o baixista e para a Ibanez Jem branca de um dos guitarristas). Abriram com LIKE A STONE, apresentaram composições próprias (que não foram do meu agrado - mas respeitei bastante o fato de que eles baixaram a afinação da sexta corda para D), e fizeram uns covers muito bons de Foo Fighters entre outros. Fecharam com KILLING IN THE NAME do Rage Agains the Machine, que ficou muito legal e empolgou a galera. Aliás, a presença do público, surpreendentemente, foi muito boa.
Enquanto nos arrumávamos para assumir o palco, tocou no som mecânico belas músicas: ROAD TO HELL, LONG LIVE ROCK´N´ROLL, entre outras.
Nosso set list foi inteiro apresentado corrido, com pequenas pausas entre as músicas. Foi uma estratégia espontânea e certeira - não demos descanso aos ouvidos de ninguém. A afinação em D ficou com peso e vigor na medida. O público reagiu bem a todas as nossas músicas, mas teve algumas que a empolgação foi geral.
ACE´S HIGH se confirmou como uma ótima escolha para abrir shows. Em seguida puxei NOISE GARDEN, cujo riff principal fica otimizado pela afinação. Rolou algum alvoroço do público, que balançou a cabeça no ritmo cadenciado da música. BLACK DRESSING SOUL ficou boa também. A essas alturas eu já não ouvia mais o baixo do Luís Carlos e a guitarra do Cláudio, mas tenho convicção de que mandaram muito bem. Sem ouvi-los, o jeito foi confiar no instinto e na bateria do Bruce e seguir adiante.
Fizemos uma ótima versão para HIDDEN. Dessa vez, eu senti aquele riff inicial melhor do que nunca. No meio da música, naquela parada, fizemos o trecho AS I AM do último do Dream Theater. Vinícius e Cris assumiram teclado e vocal, e a música ficou muito bem executada. Nesta a galera se empolgou também. A meu juízo, é o tipo de música que é mais legal de tocar do que de ouvir no cd.
Vinícius, então, fez a clássica introdução de PERFECT STRANGERS, e ali eu percebi que a sensação de tocar com o cara é o mais próximo do que se pode chegar à sensação de tocar com o próprio Jon Lord ou Don Airey. O Luís Carlos referiu que se arrepiou nessa introdução; e não é sem razão. Eu não me arrepiei, mas tremi-a-perninha nessa (e em todas as músicas do set list). A execução foi brilhante, e causou comoção na galera. E o teclado fez toda a diferença, pois nos ensaios, só com as guitarras, a música perde bastante o brilho.
Pausa para anunciar o show da banda do Vinícius - Hiléia - no dia 21/08. Não há dúvidas de que o cara é o MVP de qualquer show, de modo que a apresentação da Hiléia, com músicas próprias e covers de Dream Theater, é bastante aguardada. O Henrique, responsável pelas (belas) fotos do show, não perdeu tempo e gritou SPECTREMAN.
A galera pediu mais Deep Purple - teve quem gritou BURN. E seguimos exatamente com essa, que ficou uma bala. Mais uma vez o Vinícius tocou o solo do Blackmore; e o Cláudio, o do Jon Lord. Finalizamos com HUNTING HIGH AND LOW.
O cara da mesa de som já estava prestes a colocar o som mecânico, quando puxei SPECTREMAN. A música não tinha sido ensaiada com o Luís Carlos, por isso não estava prevista. Mas, realmente, não podia faltar. E tocamos assim mesmo. O Lukee tentou acompanhar - não deu muito certo - mas o importante mesmo era tocar. Risos por toda parte. Aí sim, acabamos a apresentação, e o cara da mesa botou MAN IN THE BOX no som mecânico - coincidentemente, é a música que eu venho palpitando para tocar nos shows.
A Coyote Junkie fez uma bela apresentação, só com covers de rock. Os caras estavam muito bem ensaiados, e tinham um guitarrista muito bom, com pentatônicas certeiras. O vocalista eu também curti, deu conta de alcançar o timbre de Brian Johnson e Axl Rose em músicas difíceis como BACK IN BLACK, WELCOME TO THE JUNGLE, entre outras. Rolou até JAILBREAK do AC/DC, que foi a música que me impulsionou para o hard rock/metal em 1993.
Os melhores comentários do show quem ouviu foi o Cláudio. Um dos guitarristas da 1.ª banda (Ultrasônica) achou que a nossa afinação era em B, porque segundo ele "eu toco em D, mas não fica assim tão pesado"; perguntou também se a Cris era da banda, referindo que ela tinha se apresentado bem. Eu, particularmente, fiquei bastante satisfeito com os comentários elogiosos sobre as composições próprias e ao peso das guitarras. De fato, foi uma noite memorável em que tudo deu certo.”
Resenhas dos ensaios até este show:
1) 07.08.2004 - Improvisando
2) 10.08.2004 - Cafezes
3) 12.08.2004 - Na hora a gente acerta
Com a volta do Luciano (afastado por um ano para um período de aprendizagem nos Estados Unidos), acertamos que ele e o Gilberto seriam os vocalistas da Burnin´ Boat, tentando recriar o clima muito bom do show do Teatro de Câmara em 2002, e ainda imitar de certa forma o que o Deep Purple fez com David Coverdale e Glenn Hughes. Para mim foi a solução ideal ter os dois vocalistas, pois acho que a banda não poderia prescindir de nenhum. Só que por alguma razão o Luciano não curtiu a experiência no Arsenal e convocou uma reunião de todos para que deliberássemos, afinal, quem seria o vocalista da Burnin´ Boat. O encontro se deu no Cavanha´s da R. Lima e Silva, e a experiência foi muito proveitosa, pois apesar do assunto espinhoso, ficamos com a sensação de que aquele tipo de conversa em volta de uma mesa de bar era muito legal e fazia falta na nossa banda. Conquanto eu estivesse meio atordoado e confuso com a decisão a ser tomada, o Bruce e eu ponderamos que deveríamos nos valer de um critério objetivo, no caso, o do “tempo de serviço”. Independentemente das nossas opiniões pessoais (cada um tinha uma...), achei justo que a decisão se baseasse num critério desse tipo, pois não estava disposto a comprar briga com quem quer que fosse. O Luciano, ademais, no meio da conversa, lançou um argumento que achei significativo: no tempo em que ele ficou de fora, não progredimos nada, isto é, não fizemos shows, nem compusemos significativamente músicas novas, nem estabelecemos uma rotina regular de ensaios. Não lembro de terem o Nilton e o Cláudio se manifestado dando alguma preferência. Então, no final da conversa, que aparentemente transcorreu numa boa e sem ressentimentos, ficou deliberado que o Luciano estava de volta e seria o único vocalista da Burnin´ Boat.
Pouco tempo depois surgiu a chance de fazermos mais um show, desta vez na Croco, localizada na R. 24 de Outubro. Inicialmente, o Cláudio e o Nílton estariam indisponíveis para a data, de modo que repetiríamos a experiência do Teatro de Câmara, na qual eu fui o único guitarrista, e teríamos o Luis Carlos como baixista. Nessas condições, o set list teria que ser curto, mas as músicas seriam pesadas.
O show contou com divulgação interessante, mediante flyers e até uma inserção no caderno de variedades de um jornal local (sempre quis que aparecesse algo do tipo, pois costumava conferir ali quais as bandas tocariam em determinado dia). Assim, o público foi muito bom, talvez o melhor de todos os shows.
Com apenas um ensaio de antecedência, tivemos o ingresso do Cláudio, que eventualmente se tornou disponível. Ajustamos duas participações especiais: Vinícuis, nos teclados, para três músicas, e Cris, no vocal, para cantar um trecho de “As I Am” do Dream Theater, no meio de “Hidden”.
O show foi memorável e isso ficou expresso na resenha que fiz para o este blog:
“Seguramente, este foi o melhor show da história da BURNIN´ BOAT. Vivenciamos aquele tipo de noite em que TUDO deu certo; realmente, uma noite memorável.
A passagem de som estava marcada para as 18h; chegamos lá depois das 20h, e a bateria recém estava sendo ajeitada. Passamos o som primeiro, pois estávamos todos lá (com exceção do Luciano): a 1.ª banda da noite, Ultrasônica só chegou na hora do show, e a 3.ª banda, Coyote Junkie estava dispersa.
Na passagem, iniciamos tocando ACE´S HIGH. Eu utilizei o ampli Fender Princeton, com sua própria distorção - decisão acertadíssima - e o Cláudio usou o Behringer V-Amp 2 , que todas as revistas de guitarra nacionais consagram como o melhor simulador de amplificadores e efeitos do mercado. Conforme o próprio Cláudio, esse simulador não é tão bom assim, "nada supera um bom amplificador".
Efetuados ajustes, tocamos PERFECT STRANGERS, já com Vinícius nos teclados. Foi uma versão majestosa, todos perfeitamente afinados, e os presentes se entusiasmaram bastante. Seguimos, então, com AS I AM (duas vezes).
Os shows, propriamente, só começaram às 0h, e assim ficamos um tempão batendo papo. A Ultrasônica (que no flyer era definida como do estilo "hard pop") tinha bons músicos (destaque para o baixista e para a Ibanez Jem branca de um dos guitarristas). Abriram com LIKE A STONE, apresentaram composições próprias (que não foram do meu agrado - mas respeitei bastante o fato de que eles baixaram a afinação da sexta corda para D), e fizeram uns covers muito bons de Foo Fighters entre outros. Fecharam com KILLING IN THE NAME do Rage Agains the Machine, que ficou muito legal e empolgou a galera. Aliás, a presença do público, surpreendentemente, foi muito boa.
Enquanto nos arrumávamos para assumir o palco, tocou no som mecânico belas músicas: ROAD TO HELL, LONG LIVE ROCK´N´ROLL, entre outras.
Nosso set list foi inteiro apresentado corrido, com pequenas pausas entre as músicas. Foi uma estratégia espontânea e certeira - não demos descanso aos ouvidos de ninguém. A afinação em D ficou com peso e vigor na medida. O público reagiu bem a todas as nossas músicas, mas teve algumas que a empolgação foi geral.
ACE´S HIGH se confirmou como uma ótima escolha para abrir shows. Em seguida puxei NOISE GARDEN, cujo riff principal fica otimizado pela afinação. Rolou algum alvoroço do público, que balançou a cabeça no ritmo cadenciado da música. BLACK DRESSING SOUL ficou boa também. A essas alturas eu já não ouvia mais o baixo do Luís Carlos e a guitarra do Cláudio, mas tenho convicção de que mandaram muito bem. Sem ouvi-los, o jeito foi confiar no instinto e na bateria do Bruce e seguir adiante.
Fizemos uma ótima versão para HIDDEN. Dessa vez, eu senti aquele riff inicial melhor do que nunca. No meio da música, naquela parada, fizemos o trecho AS I AM do último do Dream Theater. Vinícius e Cris assumiram teclado e vocal, e a música ficou muito bem executada. Nesta a galera se empolgou também. A meu juízo, é o tipo de música que é mais legal de tocar do que de ouvir no cd.
Vinícius, então, fez a clássica introdução de PERFECT STRANGERS, e ali eu percebi que a sensação de tocar com o cara é o mais próximo do que se pode chegar à sensação de tocar com o próprio Jon Lord ou Don Airey. O Luís Carlos referiu que se arrepiou nessa introdução; e não é sem razão. Eu não me arrepiei, mas tremi-a-perninha nessa (e em todas as músicas do set list). A execução foi brilhante, e causou comoção na galera. E o teclado fez toda a diferença, pois nos ensaios, só com as guitarras, a música perde bastante o brilho.
Pausa para anunciar o show da banda do Vinícius - Hiléia - no dia 21/08. Não há dúvidas de que o cara é o MVP de qualquer show, de modo que a apresentação da Hiléia, com músicas próprias e covers de Dream Theater, é bastante aguardada. O Henrique, responsável pelas (belas) fotos do show, não perdeu tempo e gritou SPECTREMAN.
A galera pediu mais Deep Purple - teve quem gritou BURN. E seguimos exatamente com essa, que ficou uma bala. Mais uma vez o Vinícius tocou o solo do Blackmore; e o Cláudio, o do Jon Lord. Finalizamos com HUNTING HIGH AND LOW.
O cara da mesa de som já estava prestes a colocar o som mecânico, quando puxei SPECTREMAN. A música não tinha sido ensaiada com o Luís Carlos, por isso não estava prevista. Mas, realmente, não podia faltar. E tocamos assim mesmo. O Lukee tentou acompanhar - não deu muito certo - mas o importante mesmo era tocar. Risos por toda parte. Aí sim, acabamos a apresentação, e o cara da mesa botou MAN IN THE BOX no som mecânico - coincidentemente, é a música que eu venho palpitando para tocar nos shows.
A Coyote Junkie fez uma bela apresentação, só com covers de rock. Os caras estavam muito bem ensaiados, e tinham um guitarrista muito bom, com pentatônicas certeiras. O vocalista eu também curti, deu conta de alcançar o timbre de Brian Johnson e Axl Rose em músicas difíceis como BACK IN BLACK, WELCOME TO THE JUNGLE, entre outras. Rolou até JAILBREAK do AC/DC, que foi a música que me impulsionou para o hard rock/metal em 1993.
Os melhores comentários do show quem ouviu foi o Cláudio. Um dos guitarristas da 1.ª banda (Ultrasônica) achou que a nossa afinação era em B, porque segundo ele "eu toco em D, mas não fica assim tão pesado"; perguntou também se a Cris era da banda, referindo que ela tinha se apresentado bem. Eu, particularmente, fiquei bastante satisfeito com os comentários elogiosos sobre as composições próprias e ao peso das guitarras. De fato, foi uma noite memorável em que tudo deu certo.”
Resenhas dos ensaios até este show:
1) 07.08.2004 - Improvisando
2) 10.08.2004 - Cafezes
3) 12.08.2004 - Na hora a gente acerta
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